Concorrência entre bancos pode baixar o custo do crédito
O custo do crédito do Brasil voltou ao centro das atenções na última semana, com Federação dos Bancos (Febraban) e o Banco Central buscando formas de aliviar as taxas cobradas do consumidor. Isso porque a demanda por crédito tem crescido e os bancos não querem perder o cliente, especialmente o bom pagador. O consumidor, porém, só deve sentir um alívio consistente em 2019.
Especialistas apontam que a concorrência entre as instituições deve contribuir para a redução do chamado spread bancário. O spread é a diferença entre o custo do dinheiro para o banco (o quanto ele paga de juros para captar o recurso) e o quanto cobra do consumidor no empréstimo.
Em números: é a taxa média de aplicação (33,4% ao ano) menos a de captação (6,7% ao ano), que resulta em uma margem de 26,7 pontos percentuais, segundo dados de novembro do BC.
O principal fator que trava a redução do spread, de acordo com os bancos, é a inadimplência, ainda alta.
Como estratégia para atender esse movimento, bastante diferente do boom do crédito voltado para o consumo em 2012, o foco das instituições para oferecer taxas mais atrativas passa pela digitalização e proximidade com o cliente, afirma Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). “Isso virou a agenda mais frequente das instituições. Estamos numa mudança qualitativa de processo”, diz.
Novo panorama
Com ofertas amplamente divulgadas em canais digitais e tecnologia de análise de dados, as startups de crédito acirram a disputa pelo crédito mais barato. Bruno Poljokan, da plataforma Just, explica que aos poucos o brasileiro vai se acostumando a essa nova forma de contratar crédito. “É como e-commerce: as pessoas não faziam compras on-line, mas isso foi mudando”, diz. A fintech, como são chamadas essas empresas, que nasceu no fim de 2016, começou com taxas a partir de 2,99% ao mês – hoje, começa em 1,9% ao mês.
Fonte: Estadão Conteúdo