CORREGEDORES DOS TRIBUNAIS DEBATEM SOBRE A JUSTIÇA 4.0 EM SÃO LUÍS
Magistrados de todo o país discutem sobre boas práticas na prestação da Justiça e do serviço extrajudicial, nesta quinta e sexta-feira, 25 e 26, no 87º Encontro Colégio Permanente de Corregedores Gerais da Justiça do Brasil (Encoge) em São Luís (MA), com a participação de ministros do STJ, magistrados federais e estaduais e especialistas convidados.
Sob o tema central "Justiça 4.0 - A transformação digital dos serviços do Judiciário brasileiro”, os corregedores dos tribunais trocam experiências relacionadas ao teletrabalho; casamentos comunitários virtuais; cartórios digitais; SREI; Serviços de Apoio Centralizado; Central de Regularização de Vagas; Projeto "Sigma" e Laboratório de Inovação e Núcleos de "Justiça 4.0".
Na abertura do evento, a ministra Maria Thereza de Assis Moura (STJ), corregedora nacional de Justiça, disse que o Poder Judiciário, atualmente, vive uma “revolução digital” e que a busca da excelência na prestação jurisdicional e dos serviços notariais e de registros constitui uma meta relevante, alinhada aos debates sobre as questões contemporâneas.
“Findamos mais um ano extremamente desafiador no contexto desruptivo da pandemia no qual promovemos uma verdadeira transformação na forma como os serviços são prestados pelo Judiciário brasileiro e pelo serviço extrajudicial. A tecnologia nunca foi tão recorrente em nossas pautas como gestores preocupados com a prestação jurisdicional”, destacou a ministra.
Corregedor maranhense e presidente do Encoge, o desembargador Paulo Velten disse que a Reforma do Poder Judiciário, via Emenda Constitucional nº 45/2004, conferiu à razoável duração do processo a condição de direito fundamental, instituiu a repercussão geral no Recurso Extraordinário e criou o Conselho Nacional de Justiça.
Segundo o desembargador, a reforma modernizou o Poder Judiciário nacional e consolidou o aprimoramento da Justiça como “política de Estado”, por meio do combate à cultura do litígio, da profissionalização da gestão, do novo Código Civil e da implantação do Processo Judicial Eletrônico, o PJe.
“Este último (o PJe) é um destacado eixo da reforma constitucional, que facilitou nossa rápida adaptação ao trabalho remoto, com a chegada da pandemia, que, por sua vez, potencializou o uso das ferramentas tecnológicas, lançando o Poder Judiciário brasileiro, de vez, na rota da quarta revolução industrial, com fortes impactos na forma como nos relacionamos na nossa estrutura de trabalho e no futuro do serviço público que prestamos. Esta é a Justiça 4.0”, frisou o corregedor.
MESA DIRETORA
A mesa diretora do encontro reuniu os desembargadores Lourival Serejo, presidente do TJMA; José Joaquim Figueiredo dos Anjos, presidente do TRE-MA; o vice-governador Carlos Brandão; o prefeito de São Luís, Eduardo Braide; a corregedora do Ministério Público estadual, Themis Pacheco de Carvalho; o procurador geral do Estado, Rodrigo Rocha; o defensor público geral, Alberto Pessoa Bastos; e o presidente da OAB-MA, Thiago Diaz. A Assembleia Legislativa do Maranhão foi representada pelo deputado Neto Evangelista.
O presidente do TJMA ressaltou a importância do intercâmbio de visões, práticas e iniciativas exitosas do Encoge e a função das corregedorias para o Poder Judiciário, principalmente, no cenário de pandemia.
“São as corregedorias que impulsionam a Justiça. São as corregedorias que asseguram o funcionamento da máquina jurisdicional. Depois de termos sido assaltados pelo futuro inesperado, que veio junto com a pandemia, o papel das corregedorias aumentou ainda mais, pois todas as gestões passaram a exigir a permanente visão de futuro, para não sermos mais supreendidos com a sua antecipação. Nossa grande aliada nessa busca passou a ser a inteligência artificial”, disse o presidente.
O vice-governador do Estado do Maranhão, Carlos Brandão, destacou que a parceria entre o Executivo estadual e o Judiciário maranhense possibilitou a realização de projetos como a digitalização dos processos físicos pelas internas do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e de regularização fundiária pelo Fórum de Corregedores da Região do MATOPIBA-MG, sob a liderança da Corregedoria do Maranhão.
“Foi identificado, pelo Judiciário, produtores e todos os segmentos que existiam muitos problemas fundiários. E, com isso, foram criadas varas fundiárias e houve um avanço significativo, dando oportunidade para a regularização das terras indígenas, dos quilombolas, dos assentados e também dos produtores rurais, para que eles possam viver em harmonia”, ressaltou.
HOMENAGEM
Durante a solenidade, oito autoridades receberam a “Medalha de Honra ao Mérito Desembargador Décio Antônio Erpen”. Foram homenageados o ministro Reynaldo Soares da Fonseca (STJ); Mário Manoel Coelho de Mello, presidente do Tribunal de Contas do Amazonas; Caetano Levi Lopes, diretor da Escola Nacional da Magistratura; desembargadores Jamil Gedeon Neto, Joaquim Figueiredo dos Anjos e Josemar Lopes Santos (TJMA); e advogados Najla Buhatem Maluf, presidente da Comissão de Direito Marítimo e Portuário, e Norberto da Cruz Filho, advogado - OAB/MA.
O ministro Reynaldo Soares da Fonseca representou os homenageados e falou sobre as mudanças operadas na sociedade contemporânea, decorrentes das inovações e dos avanços tecnológicos da ciência.
“A sociedade passou a reivindicar, nesse terceiro milênio, novos parâmetros sociais, um novo modelo de convivência humana. Vive-se um tecido social complexo, extremamente veloz. Se a boa semeadura, regada pela perseverança, trabalho e dedicação, provocará messe farta, pródiga e respeitada perante a sociedade brasileira”, enfatizou.
Participaram do primeiro dia do evento os desembargadores Jorge Rachid, Jamil Gedeon, Froz Sobrinho, Raimundo Barros, Josemar Lopes e Francisca Galiza. Devido à pandemia de coronavírus, todos os protocolos sanitários de prevenção à contaminação pela Covid-19 foram cumpridos e a participação da assessoria dos magistrados foi limitada a dois juízes auxiliares por desembargador.
*Fotos: Ribamar Pinheiro.
FONTE: Ascom do CGJ/MA