Doutor Rossandro Klinjey palestra sobre Inovação e Qualidade no Serviço Público na 16ª Convergência.
A palestra “Há motivos para se motivar no Serviço Público?” será abordada pelo psicólogo clínico, mestre em saúde coletiva e doutor em psicanálise Rossandro Klinjey durante a 16° edição da Convergência - Encontro Nacional de Tabeliães de Protesto de Títulos e Documentos de Dívida, que será realizada em Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana de Recife, Pernambuco.
A ideia dos organizadores do evento é levar aos participantes uma reflexão sobre a importância da requalificação do serviço público. Em entrevista exclusiva para o Jornal do Protesto, Klinjey fala sobre os efeitos da falta de motivação no trabalho e o repensar das práticas.
Jornal do Protesto – O que motivou a escolha do tema?
Rossandro Klinjey - Na verdade, a gente vive no País, de modo geral, um grande questionamento sobre a capacidade das pessoas de entregar aquilo que elas prometem no trabalho, tanto na iniciativa privada quanto pública. No setor público tem a questão de que as pessoas não podem ser demitidas. E Lei foi criada no Brasil para dar estabilidade ao servidor e para que ele possa prestar um serviço de qualidade - o que é verdade - em muitos casos. Entretanto, o contrário também acontece, servidores que se utilizam dessa garantia para prestar um serviço de péssima qualidade porque não têm “satisfação a dar para ninguém”, e esse descompromisso somado a um conjunto de variáveis é que torna o Brasil um País menos viável em comparação a outros. Quando eu não presto um serviço de qualidade eu também sou um corrupto, já que eu estou ganhando para isso, por exemplo. Existem várias formas de repensarmos o Brasil e o modo como podemos contribuir para um País melhor. Uma das formas claras desse processo é, de fato, sermos alguém que haja com competência, com compromisso, que atenda bem o público e, essas garantias devem ser, justamente, com esse objetivo. Temos que provocar, principalmente no setor público, a necessidade de combatermos os pequenos gestos de corrupção do cotidiano.
Jornal do Protesto - De que forma esse tema auxilia para a realização de trabalho melhor?
Rossandro Klinjey - A competência é uma obrigação de todos nós, a verdade é essa. O que fazemos temos de fazer da melhor forma possível, quando não, nos tornamos uma pessoa medíocre. Por isso, precisamos saber de que forma podemos melhorar o mundo.
Jornal do Protesto - Acredita que esses encontros auxiliam na atualização dos tabeliães brasileiros?
Rossandro Klinjey - Toda vez que a gente se reúne com pessoas de uma área só do País inteiro para discutir sobre os temas, atualização e ao mesmo tempo até para trocar conhecimento, sempre é muito rico. Porque quando ficamos sós em nossa ilha, na nossa cidade ou no nosso cartório, perdemos as perspectivas do todo e de o que está acontecendo nos lugares e, ao mesmo tempo, as soluções que os outros encontraram. Os tabeliães têm a oportunidade de verificar as discussões sobre temas atuais e é um processo de enriquecimento, a verdade é que a gente sempre escuta das pessoas que estão lá (nestes encontros) que deveria ter mais e que era bom se houvesse uma vez por mês. Isso acontece porque as pessoas têm a necessidade de se reciclar, não é só uma questão de sair da rotina.
Jornal do Protesto - O que o senhor pensa sobre os trabalhos desenvolvidos pelo IEPBT?
Rossandro Klinjey - Na verdade, uma das coisas mais importantes para o Brasil, para que ele se torne um País mais competente e produtivo, é a segurança jurídica. Essa é uma questão muito forte hoje em dia e discutida em todos os setores. Os tabeliães, portanto, trazem e contribuem para a segurança jurídica do País e o avanço das documentações, normas e procedimentos.